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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Presente de Deus

Como você descobriu
que existem segredos
entre mim e a lua?

Como foi que você ficou sabendo
que eu plantei um jardim
numa estrela apagada?

Como foi que você encontrou este álbum
que eu tenho
de fotos tiradas ao pôr do sol?

Como foi que você achou
a porta secreta
do meu santuário?

Como foi que seu radar
detectou os segredos
que eu não queria contar?

Olhei bem nos seus olhos ...
Eles tinham o brilho do amanhecer ...
- Você era um presente que eu recebia de Deus !!!

Teus misterios



Senhor,
escondeste o teu rosto
para eu suspirar pelos teus olhos.

Ficaste calado diante de mim
para eu desejar, ouvir a tua voz.

Passaste distante,
para eu me aproximar de ti.

Provocaste um eclipse ao meu céu,
para que eu me lembrasse do teu sol.

Apagaste a luz à minha volta,
para que eu visse
o contraste da paisagem.

Às vezes, me deixas sem palavras,
para que eu te encontre no meu silêncio.

A resposta do Sol


Escrevi uma carta
e mandei para o horizonte
com o endereço do Sol.

Depois fiquei esperando
uma resposta de luz,
no esplendor da manhã.

Nuvens de esperança iam e vinham
mas o sol se fechava para mim.
Era dia no céu.
Era noite na minha alma.
As notas do meu canto se perderam
no silêncio do azul.

Foi quando apareceste à minha frente
com o arco íris na mão,
- Trazias dentro de tuas lágrimas
a resposta luminosa
que eu esperava do Sol.

No dia em que não vejo você


No dia em que não vejo você,
desenho na folha do meu diário
uma palmeira triste ...

O meu sorriso se perde
nas sombras da espera ...

A luz não entra pelos meus olhos,
e eu tropeço em trevas
dentro do coração.

As flores não desabrocham no meu jardim ...
Os pásssaros não cantam no meu viveiro ...
As estrelas não brilham no meu firmamento ...

Minhas palavras diluem-se aos meus lábios ...
Meus gestos morrem nas minhas mãoes ...
A saudade paraliza o meu verso ...

No dia em que não vejo você
desenho na folha do meu diário
uma palmeira triste ...

Pelos caminhos do sol



O que há em mim
que floresce e frutifica
está nas raizes que eu plantei
com as mãos em sangue.

Na semente que sacrifiquei
no solo da terra
escondi todas as confidências
que eu faço à vida.

No momento esmagado pela dor
que eu choro sozinho
está o mistério daquele sorriso
que você não entendeu.

Eu abraço as ondas em fúria
e navego sobre as tempestades
porque vivo de um segredo
que escondi no fundo do mar.

Caminho à beira dos precipícios
e os meus pés vão firmes,
porque eu nunca me afasto
dos caminhos dos Sol...

Mensagem de Amor



Quem ensinou você
a trazer o sorriso de todas as boas vindas
na flor de seus lábios?

Eu vinha de cabeça baixa,
pensando na enchente
que levou o meu trigal ...

E você chegou
apertou minha mão
e eu me esqueci da morte
que passou no meu campo.

A ventania desmanchou o meu telhado
e a chuva inundou minha casa,

E você, se chegou
e eu me esqueci da tempestade
que me pôs ao desabrigo ...

Enquanto houver na terra
gente como você,
Deus estará entre os homens,
distribuindo em profusão
mensagens de Amor ...

O amor existe!


Naquela manhã chuvosa, você chegava
em desespero e foi logo perguntando
à queima roupa:
- O amor existe?
Que pergunta, amor!
O amor existe, sim!
É o amor
que une as estrelas do firmamento, que
congrega as aves do céu
encarduma os peixes do mar
que beija as petálas, e as flores desabrocham sorrindo,
que brinca nos lábios das crianças,
que se revela no olhar dos adultos,
que guarda os segredos da gente,
que leva os recados do coração,
que distribui, sem pensar em recolhe,
que recolhe pensando em distribuir,
que me aproxima de você,
e a vida fica linda, linda, linda!
O amor existe sim, porque
você Existe!

DEDICATÓRIA


A Você que vem ao meu encontro
com as mãos cheias de sol ...
A Você que vem ao meu encontro com
as mãoes cheias de noite ...
A Você em cujos olhos eu descubro
a vida das estrelas ...
A Você em cujo o peito
eu encontro o meu coração
sorrindo ...
A você em cujo peito
eu encontro o meu coração
chorando ...
Dedico e consagro estes poemas
cintilantes como o olhar da juventude
ardente como os lábios da Vida,
sinceros como um beijo de amor!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Saudades

























Por uma estrada,
um dia, uma criança Muito loira e risonha,
nela andava.
Seu coração, tão cheio de bonança
O pequenino peito palpitava.
Em uma das mãozinhas segurava um arco de ouro,
E noutra ela trazia
Setas douradas, com que costumava ferir os
Corações que sempre via.
A boca cor de
rosa, uma canção muito Doce e divina balbuciava.
O canto extasiava o coração.
que cantando, assim passava.
Ele já ia em meio da jornada
Porém, certa manhã de primavera, Sentou-se numa
pedra dessa estrada,
A meditar no mal que ele fizera.
"Meu Deus!
Com essa minha travessura
Não pensei tanto dano assim causar.
E tendo a alma repleta de amargura,
Arrependido,
pôs-se a chorar.
Nesse instante, porém, uma donzela, que Tinha
as vestes verdes cor do mar,
Parou ali.
E a sua voz tão bela
Não chores mais, meu anjo, vem comigo, eu sei
o que te causa tanta dor.
É por isso que eu venho ter contigo; Enxuga
esse teus olhos, Deus do Amor!
-"Eu queria saber - disse a criança - O teu
nome...
Afinal como é então
-"Meu nome é lindo, chamo-me esperança,
respondeu-lhe com toda emoção.
-"Quero ir contigo, pela estrada afora,
Consolar esses pobres corações; Eles sofrem
por tua causa agora e choram
as perdidas ilusões".E os dois partiram,
com as mãos unidas, Sorrindo ia a esperança
a consolar.
Caminhavam assim, por avenidas, que Um sol
ardente vinha iluminar.
Por muito e muito tempo eles andaram,
Até que enfim, em uma encruzilhada,
Cansados, pararam, Estavam quase ao término da
jornada. Ali tudo era belo... Bem distante
Erguiam-se montanhas azuladas.
Aos seus pés, a água clara e murmurante Passava
sob as flores
Procurou o menino consolar.
Embevecidos,o céu de anil ficaram a fitar.
E como ambos estavam distraídos, não Sentiram alguém se aproximar.
"Aqui estou eu", falou uma voz dolente Que
também traduzia a ansiedade
"Meu nome é triste - disse docemente -
Mas é bem lindo, eu sou a
Saudade "Os corações, que tu Amor,
feriste, Agora estão cansados de chorar".
- "Tu,Esperança tanto os iludiste!... Pra que
foi que os fizeste em vão sonhar?"
-"Ficai! Que junto aos pobres desgraçados
Saberei preencher vosso lugar".
-"Eles hão de sorrir mais consolados; Junto
deles eu sempre hei de ficar".
-"E há de então repassar-lhes pela mente o
passado, que outrora os fez sonhar.
"Quem sabe
se mais lindo e mais sorridente,
Porque com Saudade
hão de evocar!" Assim é a vida.
Amamos e sentimos A Esperança
afagar o coração;
Porém bem cedo nos desiludimos.
Junto a nós Saudade
fica então.